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De acordo com Heloísa Starling, “Sertão é uma palavra carregada de ambiguidade. Sertão pode indicar a formação de um espaço interno, a fronteira abert...

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De acordo com Heloísa Starling, “Sertão é uma palavra carregada de ambiguidade. Sertão pode indicar a formação de um espaço interno, a fronteira aberta, ou um pedaço da geografia brasileira onde a terra se torna mais árida, o clima é seco, a vegetação escassa. Mas a palavra é igualmente utilizada para apontar uma realidade política: a inexistência de limites, o território do vazio, a ausência de leis, a precariedade dos direitos. Sertão é, paradoxalmente, o potencial de liberdade e o risco da barbárie – além de ser também uma paisagem fadada a desaparecer.
(Adaptado de Heloisa Murgel Starling, A palavra “sertão” e uma história pouco edificante sobre o Brasil. Disponível em https://www.suplementopernambuco. com.br/artigos/2243-a-palavra-sert%C3%A3o-e-uma-hist%C3%B3ria-pouco-edifi cante-sobre-o-brasil.html. Acessado em 06/08/2020.)
Assinale o excerto que corresponde à ideia de sertão desenvolvida pela autora.

A) “Se achardes no Sertão muito sertão, lembrai-vos que ele é infinito, e a vida ali não tem esta variedade que não nos faz ver que as casas são as mesmas, e os homens não são outros.” (Machado de Assis)

B) “Nessa época o sertão parece a terra combusta do profeta; dir-se-ia que por aí passou o fogo e consumiu toda a verdura, que é o sorriso dos campos e a gala das árvores, ou o seu manto, como chamavam poeticamente os indígenas.” (José de Alencar)

C) “Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade.” (Guimarães Rosa)

D) “Dilatam-se os horizontes. O firmamento, sem o azul carregado dos desertos, alteia-se, mais profundo, ante o expandir revivescente da terra. E o sertão é um vale fértil. É um pomar vastíssimo, sem dono.” (Euclides da Cunha)
(José de Alencar, O sertanejo. São Paulo: Ática, 1995, p.15; Machado de Assis, Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, v. 3, p. 765; Euclides da Cunha, Os sertões. São Paulo: Ateliê, 2001, p. 135; João Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956, p. 8.)

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