Questões de Filosofia para Vestibular

cód. #10973

COPS-UEL - Filosofia - 2018 - Vestibular - 1º Fase

Leia o texto a seguir.


Por que só o homem é suscetível de tornar-se imbecil? [...] O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. Lourdes Santos Machado, 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. pp. 243; 259.


Com base nos conhecimentos sobre sociedade civil, propriedade e natureza humana no pensamento de Rousseau, assinale a alternativa correta.

A) A instauração da propriedade decorre de um ato legítimo da sociedade civil, na medida em que busca atender às necessidades do homem em estado de natureza.

B) A instauração da propriedade e da sociedade civil cria uma ruptura radical do homem consigo mesmo e de distanciamento da natureza.

C) A fundação da sociedade civil é legitimada pela racionalidade e pela universalidade do ato de instauração da propriedade privada.

D) O sentimento mais primitivo do homem, que o leva a instituir a propriedade, é o reconhecimento da necessidade da propriedade para garantir a subsistência.

E) A sociedade civil e a propriedade são expressões da perfectibilidade humana, ou seja, da sua capacidade de aperfeiçoamento.

A B C D E

cód. #8947

VUNESP - Filosofia - 2018 - Vestibular - Conhecimentos gerais

[...] será que pode existir alguém mais feliz do que o sábio, que [...] nega o destino, apresentado por alguns como o senhor de tudo, já que as coisas acontecem ou por necessidade, ou por acaso, ou por vontade nossa; e que a necessidade é incoercível, o acaso, instável, enquanto nossa vontade é livre, razão pela qual nos acompanham a censura e o louvor?


(Epicuro. Carta sobre a felicidade, 2002.)



A passagem da carta do filósofo Epicuro (341 a.C. - 270 a.C.), endereçada a Meneceu, sintetiza a sua

A) visão metafísica, a existência dos homens determinada pelas forças da natureza.

B) proposição estética, o equilíbrio racional entre as faculdades do espírito.

C) noção de dialética, o caminho do saber por meio de diálogos.

D) concepção ética, a responsabilidade humana pelos seus atos deliberados.

E) argumentação ontológica, a racionalidade intrínseca ao movimento do mundo.

A B C D E

cód. #9203

UEG - Filosofia - 2018 - Vestibular - Direito

Platão é considerado um filósofo fundamental para a filosofia ocidental. Ele propôs a chamada teoria das ideias para explicar a realidade das coisas. Nesse sentido, a teoria das ideias afirma:

A) a impossibilidade do conhecimento racional verdadeiro, já que o homem só pode conhecer o mundo sensível testemunhado pelos sentidos.

B) a separação entre o mundo sensível e o mundo inteligível, onde estariam as ideias perfeitas e eternas, modelos das coisas sensíveis.

C) que a verdade estaria nas coisas sensíveis, dadas aos sentidos, ao passo que as ideias seriam fruto da imaginação e fonte de erros.

D) a cisão entre o mundo sensível e o mundo inteligível, tornando impossível o conhecimento do mundo inteligível, mera cópia do mundo sensível.

E) que o homem é um animal guiado pelos desejos, mas que também pode ser determinado por suas ideias, ainda que estejam no mundo inteligível.

A B C D E

cód. #8948

VUNESP - Filosofia - 2018 - Vestibular - Conhecimentos gerais

— Imagina o seguinte. Se um homem descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol? E se lhe fosse necessário julgar daquelas sombras em competição com os que tinham estado sempre prisioneiros acaso não causaria o riso, e não diriam dele que por ter subido ao mundo superior, estragara a vista, e que não valia a pena tentar a ascensão? E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?
(Platão. A república, 1993. Adaptado.)

O texto, uma passagem da “Alegoria da Caverna”, pode estar se referindo, implicitamente, ao julgamento e execução de Sócrates na cidade de Atenas. A passagem descreve o retorno à caverna do homem que, liberto, conheceu a verdadeira realidade. Esse homem representa, metaforicamente, o filósofo na pólis como um indivíduo

A) magnânimo, interessado na justa solução de rivalidades entre grupos políticos.

B) orgulhoso, voltado para a exposição pública de saberes elevados.

C) incômodo socialmente, orientado por conhecimentos arduamente adquiridos.

D) inativo economicamente, dedicado à contemplação religiosa da luz do Sol.

E) sábio, compenetrado na missão de preparar os futuros líderes da democracia.

A B C D E

cód. #10228

UNIMONTES - Filosofia - 2018 - Vestibular - 1º Etapa

A Grécia Antiga é considerada o berço da Filosofia, tendo como registro de tempo o fim do século VII a. C. e o início do século VI a. C., nas colônias gregas da Ásia Menor, cidade de Mileto. Considera-se, também, como primeiro filósofo Tales de Mileto. Em Éfeso, encontra-se Heráclito, para quem tudo flui como as águas de um rio, nada é eterno. Em Eleia, desenvolve-se a Escola Eleática, em que se encontra Parmênides que se opõe à concepção de Heráclito, defendendo a tese de que existe um Ser Absoluto, imutável.


Assim, enquanto “Heráclito acha que as coisas que temos ante nós não são nunca, em nenhum momento, aquilo que são no momento anterior e no momento posterior; que as coisas estão mudando constantemente; que quando nós queremos fixar uma coisa e definir sua consistência, dizer em que consiste esta coisa, ela já não consiste no que consistia um momento antes” (MORENTE, M. Garcia. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1967), “[para Parmênides,] o ser não tem um “passado”, porque o passado é aquilo que não existe mais, nem um “futuro”, que ainda não existe, mas é “presente” eterno, sem início nem fim. Por conseguinte, o ser é também imutável, porque tanto a mobilidade quanto a mudança pressupõem um não ser para o qual deveria se mover ou no qual deveria se transformar”. (REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia. São Paulo: Paulus, 1930. v. 3).


A partir das concepções dos pré-socráticos gregos Heráclito e Parmênides, pode-se afirmar que:


A) Para ambos, o ser não se constitui de atributos fixos, tornando-se impossível conhecê-lo.

B) Não concordam entre si com a possibilidade de pensar um ser imutável e que não flui (Parmênides) e um ser em constante transformação e que nunca é o mesmo (Heráclito).

C) Ambos concordam que o ser é imutável, eterno e existe com propriedades fixas.

D) São dois pensamentos complementares, sendo que Parmênides desenvolve a tese de Heráclito, defendendo o não ser como fundamento para a existência das coisas.

A B C D E

cód. #9205

UEG - Filosofia - 2018 - Vestibular - Direito

Ideologia é um termo polissêmico que recebe as mais variadas definições. É um dos temas fundamentais da sociologia, sendo também bastante trabalhado na filosofia e em outras ciências humanas. Dentre as diversas concepções existentes ao seu respeito, constata-se que a ideologia

A) é uma forma de consciência sistematizada pelos ideólogos que se caracteriza por inverter a realidade, tal como expresso por Marx.

B) pode ser considerada o mesmo que “visão de mundo”, ou “cosmovisão”, tal como se revela na concepção de Durkheim.

C) se constitui historicamente como uma nova ciência, cujo objeto de estudo seriam as ideias, tal como desenvolvido por Weber.

D) expressa uma alternativa ao saber científico e filosófico, marcada pela unidade entre razão e emoções, tal como afirma Platão.

E) uma criação da sociologia contemporânea para identificar e definir o novo conservadorismo, segundo Bourdieu e Bauman.

A B C D E

cód. #11005

COPS-UEL - Filosofia - 2018 - Vestibular - 1º Fase

Leia o texto a seguir.


E se escrevo em francês, que é a língua de meu país, e não em latim, que é a de meus preceptores, é porque espero que aqueles que se servem apenas de sua razão natural inteiramente pura julgarão melhor minhas opiniões do que aqueles que não acreditam senão nos livros dos antigos. E quanto aos que unem o bom senso ao estudo, os únicos que desejo para meus juízes, não serão de modo algum, tenho certeza, tão parciais a favor do latim que recusem ouvir minhas razões, porque as explico em língua vulgar.

DESCARTES, R. Discurso do Método. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado Jr. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Coleção “Os pensadores”. p. 79.


Com base nos conhecimentos sobre Descartes e o surgimento da filosofia moderna, assinale a alternativa correta.

A) A língua vulgar, o francês, expressa de modo mais adequado o espírito da modernidade por estar livre dos preconceitos da língua dos doutos, o latim.

B) Redigir o Discurso do Método em francês teve propósito similar à tradução da bíblia para o alemão feita por Lutero: facilitar o acesso à sacralidade do texto em língua vulgar.

C) O desencantamento do mundo, resultante da radical crítica cartesiana à tradição, teve como consequência o abandono da referência à divindade.

D) As ideias expressas por Descartes em seu Discurso do Método refletem a postura tipicamente moderna de ruptura total com o passado.

E) A razão natural inteiramente pura é um atributo inerente à natureza humana, independentemente da tradição ou da cultura à qual o humano se vincula.

A B C D E

cód. #7166

COPESE - UFT - Filosofia - 2018 - Vestibular - Primeiro Semestre - Ciências Humanas e Ciências da Natureza

“Supõe então uma linha cortada em duas partes desiguais; corta novamente cada um dos segmentos a mesma proporção, o da espécie visível e o da inteligível; e obterás, no mundo visível, segundo a sua claridade ou obscuridade relativa, uma secção, a das imagens. [...] Na parte anterior, a alma, servindo-se, como se fossem imagens, dos objectos que então eram imitados, é forçada a investigar a partir de hipóteses, sem poder caminhar para o princípio, mas para a conclusão; ao passo que, na outra parte, a que conduz ao princípio absoluto, parte da hipótese, e, dispensando as imagens que havia no outro, faz caminho só com o auxílio das ideias” Fonte:Platão, A República, Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2012, p. 311.



Ao apresentar uma proposta dualista da realidade, o trecho apresentado acaba por descreditar certo tipo de conhecimento que o autor pensa ser insuficiente para a compreensão da verdade. Com isso, descreve um processo que vai do grau mais inferior ao mais elevado de conhecimento. Quanto ao assunto, analise as afirmativas abaixo.


I.A princípio temos contato com o que é apresentado pelos sentidos, e, por fim, conhecemos as Ideias com auxílio da razão.

II.O conhecimento parte do abandono do que propõe a multiplicidade das coisas rumo ao que é idêntico a si mesmo.

III.As impressões e as opiniões que delas advêm devem ser deixadas de lado, bem como o conhecimento das Ideias eternas.

IV.O conhecimento das Ideias é encontrado na multiplicidade das coisas que são percebidas sensivelmente.

Assinale, entre as alternativas abaixo, aquela que indica as afirmativas CORRETAS quanto ao conhecimento, segundo o passo citado a partir d ́A República de Platão.

A) Apenas as afirmativasI, III e IV estão corretas.

B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

C) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.

D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

A B C D E

cód. #7167

COPESE - UFT - Filosofia - 2018 - Vestibular - Primeiro Semestre - Ciências Humanas e Ciências da Natureza

Os filósofos da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheimer, refletindo sobre o que hoje conhecemos como cultura de massa, afirmam o seguinte: “O que é novo é que os elementos irreconciliáveis da cultura, da arte e da distração se reduzem mediante sua subordinação ao fim de uma única fórmula falsa: a totalidade da indústria cultural. Ela consiste na repetição. O fato de que suas inovações características não passem de aperfeiçoamentos da produção em massa não é exterior ao sistema. É com razão que o interesse de inúmeros consumidores se prende à técnica, não aos conteúdos teimosamente repetidos, ocos e já em parte abandonados.”


Fonte:ADORNO, T. HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1985, p. 112


No fragmento, acrítica dos autores à indústria cultural salienta alguns elementos essenciais dacultura contemporânea. Partindo da leitura, assinale a opção que NÃO corresponde às críticas à indústria cultural.

A) Ela massifica a cultura através dos meios de comunicação, insere o indivíduo numa massa sem forma que o impede de fruir pessoalmente da obra de arte.

B) Ela cria o espectador médio, que deve ser seduzido e levado ao consumo. Logo, tem o cuidado de não fazê-lo pensar, mas de mantê-lo no senso comum.

C) Ela distingue bens culturais de bens de mercado, separando o que é para o consumo da elite cultural daquilo que é destinado à massa.

D) Ela banaliza a expressão artística e intelectual, em lugar de despertar interesse pela cultura, vulgariza a arte e o conhecimento.

A B C D E

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