Questões de Literatura para Vestibular

cód. #8346

VUNESP - Literatura - 2018 - Vestibular 2019 - Prova 1

Se, na Europa, este movimento é um protesto cultural, se o “mal do século”, a saudade do paraíso perdido são as consequências da industrialização e da ascensão da burguesia; no Brasil, onde a sociedade do Império compreende apenas grandes proprietários escravocratas e uma burguesia nascente, o movimento, produto de importação, corresponde a uma afirmação nacionalista.


(Paul Teyssier. Dicionário de literatura brasileira, 2003. Adaptado.)


O movimento a que o texto se refere é o

A) Simbolismo.

B) Realismo.

C) Arcadismo.

D) Romantismo.

E) Modernismo.

A B C D E

cód. #7838

FAG - Literatura - 2018 - Vestibular - Primeiro Semestre

Sobre a obra de Alvares de Azevedo, “Se eu morresse amanhã”, é CORRETO afirmar:

A) Nos versos da primeira estrofe fica mais evidente a preocupação que ele tem por seus amigos, fazendo previsões do que aconteceria com sua amiga Ana após a morte do eu-lírico.

B) Na segunda estrofe do poema, o poeta presume que caso não morresse teria um futuro brilhante pela frente dada a sua genialidade, conscientizando que a morte tiraria a sua glória e o tempo que viria seria perdido.

C) Na terceira estrofe, o poeta ressalta a beleza de sua irmã que tal sentimento de amor por ela não existiria se este morresse amanhã.

D) Na quarta estrofe do poema, percebe-se implicitamente que o eu-lírico não conformado com a morte, observa o quão triste e desesperador o fato de morrer.

E) A repetição de “Se eu morresse amanhã!” no final de cada estrofe nos deixa claro que nada seria possível se ele morresse e se ele não morresse tudo se realizaria.

A B C D E

cód. #9374

UEG - Literatura - 2018 - Vestibular - Inglês


Ela desatinou

Ela desatinou, viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando
Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando
Ela não vê que toda gente
Já está sofrendo normalmente
Toda a cidade anda esquecida, da falsa vida, da
avenida
Onde Ela desatinou, viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando
Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando
Quem não inveja a infeliz, feliz
No seu mundo de cetim, assim
Debochando da dor, do pecado
Do tempo perdido, do jogo acabado.
BUARQUE, Chico. Ela desatinou. In: Todas as canções. Rio de Janeiro:
Record, 2004. p. 210.

Embora tanto o poema-canção quanto a pintura apresentados se enquadrem como produções modernas, a pintura se constrói sob uma perspectiva

A) neoclássica

B) dadaísta

C) futurista

D) cubista

E) realista

A B C D E

cód. #7839

FAG - Literatura - 2018 - Vestibular - Primeiro Semestre

A obra transita num tempo de decadência espacial. Uma sociedade patriarcal onde o dono da terra é o dono do poder, o dono da família, enfim o dono da mulher. A protagonista é uma personagem redonda, sofre mudanças profundas no decorrer da história. Por conseguinte, é uma personagem encantadora, marcada pela dor e pelos gestos calculados. O espaço é redondo, transformado pela decadência rural em função da industrialização. Assinale a alternativa que corresponde à obra aludida:

A) Fogo Morto (José Lins do Rego)

B) Lavoura Arcaica (Raduan Nassar)

C) Dôra, Doralina (Rachel de Queiroz)

D) O Incêndio de Roma (Olavo Bilac)

E) O Acendedor de Lampiões (Jorge de Lima)

A B C D E

cód. #10911

VUNESP - Literatura - 2018 - Vestibular

Tal movimento artístico floresceu em meados do século XX e baseava-se no imaginário do consumismo e da cultura popular. Foi visto como uma reação ao expressionismo abstrato, pois seus praticantes reintroduziram no repertório plástico imagens figurativas e fizeram uso de temas banais.

(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007. Adaptado.)


Uma obra representativa do movimento artístico retratado no texto está reproduzida em:

A)




B)




C)




D)




E)




A B C D E

cód. #10912

VUNESP - Literatura - 2018 - Vestibular

Para exprimir seu pensamento, este escritor teve de forjar uma língua que é só dele. O leitor que aborda pela primeira vez um de seus livros fica desconcertado com a obscuridade dessa língua. Mas ao mesmo tempo é subjugado, e enfeitiçado, por essa maneira inteiramente nova de dizer as coisas. E pouco a pouco tudo começa a adquirir um sentido, um sentido múltiplo, ambíguo, numa palavra, poético. Seu vocabulário é inteiramente renovado pela prática sistemática do neologismo. Todos os recursos da fonética são explorados.

(Paul Teyssier. Dicionário de literatura brasileira, 2003. Adaptado.)


O texto refere-se ao escritor

A) Guimarães Rosa.

B) Graciliano Ramos.

C) Euclides da Cunha.

D) Machado de Assis.

E) José de Alencar.

A B C D E

cód. #10913

VUNESP - Literatura - 2018 - Vestibular

A verve social da poesia de João Cabral de Melo Neto mostra-se mais evidente nos versos:

A)

A cana cortada é uma foice.

Cortada num ângulo agudo,

ganha o gume afiado da foice

que a corta em foice, um dar-se mútuo.

Menino, o gume de uma cana

cortou-me ao quase de cegar-me,

e uma cicatriz, que não guardo,

soube dentro de mim guardar-se.



B)

Formas primitivas fecham os olhos

escafandros ocultam luzes frias;

invisíveis na superfície pálpebras

não batem.

Friorentos corremos ao sol gelado

de teu país de mina onde guardas

o alimento a química o enxofre

da noite.



C)

No espaço jornal

a sombra come a laranja,

a laranja se atira no rio,

não é um rio, é o mar

que transborda de meu olho.

No espaço jornal

nascendo do relógio

vejo mãos, não palavras,

sonho alta noite a mulher

tenho a mulher e o peixe.



D)

Os sonhos cobrem-se de pó.

Um último esforço de concentração

morre no meu peito de homem enforcado.

Tenho no meu quarto manequins corcundas

onde me reproduzo

e me contemplo em silêncio.



E)

O mar soprava sinos

os sinos secavam as flores

as flores eram cabeças de santos.

Minha memória cheia de palavras

meus pensamentos procurando fantasmas

meus pesadelos atrasados de muitas noites.



A B C D E

cód. #10919

VUNESP - Literatura - 2018 - Vestibular

Para responder à questão, leia o trecho do livro Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre.


       Mas a casa-grande patriarcal não foi apenas fortaleza, capela, escola, oficina, santa casa, harém, convento de moças, hospedaria. Desempenhou outra função importante na economia brasileira: foi também banco. Dentro das suas grossas paredes, debaixo dos tijolos ou mosaicos, no chão, enterrava-se dinheiro, guardavam-se joias, ouro, valores. Às vezes guardavam-se joias nas capelas, enfeitando os santos. Daí Nossas Senhoras sobrecarregadas à baiana de teteias, balangandãs, corações, cavalinhos, cachorrinhos e correntes de ouro. Os ladrões, naqueles tempos piedosos, raramente ousavam entrar nas capelas e roubar os santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras joias de São Benedito; mas sob o pretexto, ponderável para a época, de que “negro não devia ter luxo”. Com efeito, chegou a proibir-se, nos tempos coloniais, o uso de “ornatos de algum luxo” pelos negros.

      Por segurança e precaução contra os corsários, contra os excessos demagógicos, contra as tendências comunistas dos indígenas e dos africanos, os grandes proprietários, nos seus zelos exagerados de privativismo, enterraram dentro de casa as joias e o ouro do mesmo modo que os mortos queridos. Os dois fortes motivos das casas-grandes acabarem sempre mal-assombradas com cadeiras de balanço se balançando sozinhas sobre tijolos soltos que de manhã ninguém encontra; com barulho de pratos e copos batendo de noite nos aparadores; com almas de senhores de engenho aparecendo aos parentes ou mesmo estranhos pedindo padres-nossos, ave-marias, gemendo lamentações, indicando lugares com botijas de dinheiro. Às vezes dinheiro dos outros, de que os senhores ilicitamente se haviam apoderado. Dinheiro que compadres, viúvas e até escravos lhes tinham entregue para guardar. Sucedeu muita dessa gente ficar sem os seus valores e acabar na miséria devido à esperteza ou à morte súbita do depositário. Houve senhores sem escrúpulos que, aceitando valores para guardar, fingiram-se depois de estranhos e desentendidos: “Você está maluco? Deu-me lá alguma cousa para guardar?”

      Muito dinheiro enterrado sumiu-se misteriosamente. Joaquim Nabuco, criado por sua madrinha na casa-grande de Maçangana, morreu sem saber que destino tomara a ourama para ele reunida pela boa senhora; e provavelmente enterrada em algum desvão de parede. […] Em várias casas-grandes da Bahia, de Olinda, de Pernambuco se têm encontrado, em demolições ou escavações, botijas de dinheiro. Na que foi dos Pires d’Ávila ou Pires de Carvalho, na Bahia, achou-se, num recanto de parede, “verdadeira fortuna em moedas de ouro”. Noutras casas-grandes só se têm desencavado do chão ossos de escravos, justiçados pelos senhores e mandados enterrar no quintal, ou dentro de casa, à revelia das autoridades. Conta-se que o visconde de Suaçuna, na sua casa-grande de Pombal, mandou enterrar no jardim mais de um negro supliciado por ordem de sua justiça patriarcal. Não é de admirar. Eram senhores, os das casas-grandes, que mandavam matar os próprios filhos. Um desses patriarcas, Pedro Vieira, já avô, por descobrir que o filho mantinha relações com a mucama de sua predileção, mandou matá-lo pelo irmão mais velho.

                         (In: Silviano Santiago (coord.). Intérpretes do Brasil, 2000.)

Guardadas as proporções, o ambiente retratado no texto de Gilberto Freyre aparece com destaque na produção literária de

A) Euclides da Cunha.

B) Machado de Assis.

C) Aluísio Azevedo.

D) José Lins do Rego.

E) Lima Barreto.

A B C D E

cód. #8872

Cepros - Literatura - 2018 - Prova de Medicina-2018.2- 1° DIA- PROVA TIPO 1

Soneto de fidelidade.

De tudo, ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento.


E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes. Poesia completa e prosa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 1998, p. 289.


O contato com a Literatura pode despertar em nós sentimentos, emoções e, sobretudo, gosto estético. Os poemas, especialmente, suscitam tudo isso. No caso concreto desse poema de Vinicius, fica evidente:

1) uma espécie de volta à poética cultivada pelos poetas do período literário do Parnasianismo. 2) a concepção de amor do eu-lírico, a qual foge da idealização do ‘amor para sempre e eterno’. 3) o jogo de oposição entre a fugacidade do amor – ‘posto que é chama’ – e sua infinitude, ‘enquanto dure’. 4) um certo afastamento das temáticas comuns à vida do cotidiano social das pessoas.

Estão corretas:

A) 1, 3 e 4, apenas.

B) 2, 3 e 4, apenas.

C) 3 e 4, apenas.

D) 1, 2 e 3, apenas.

E) 1, 2, 3 e 4.

A B C D E

cód. #8873

Cepros - Literatura - 2018 - Prova de Medicina-2018.2- 1° DIA- PROVA TIPO 1

TEXTO 3

Durante séculos, os jornais impressos eram o único meio regular de divulgação de notícias. Com o avanço das tecnologias de transmissão de informação (rádio, televisão, internet), o contexto de circulação das notícias foi radicalmente alterado.
Um exemplo ilustra bem essa transformação. Em 11 de setembro de 2001, quando terroristas lançaram aviões contra alvos americanos, matando milhares de pessoas, a opinião pública acompanhou, pelas telas de computador e televisão, os dramáticos acontecimentos.
Jornais impressos não teriam condições de levar as notícias a milhões de pessoas em todo o mundo à medida que os fatos iam acontecendo.
Essa constatação nos obriga a concluir algo importante: a depender do meio em que circulam as notícias, elas assumem configurações diferentes. Uma notícia redigida para ser postada em um portal da internet provavelmente contará com menos informações do que a notícia equivalente que será publicada na edição do jornal no dia seguinte. Isso ocorre porque, com a necessidade de informar os fatos no exato instante em que acontecem, os portais da internet não têm como garantir o tempo necessário para a apuração mais minuciosa dos detalhesdo fato noticiado.
É comum, inclusive, algumas das notícias veiculadas nesses portais serem atualizadas ao longo do dia, para acréscimo de detalhes e correção das informações iniciais que se mostram inexatas. Os jornais impressos não enfrentam essas dificuldades, porque dispõem de mais tempo e podem, assim, trazer informações mais completas e bem elaboradas.
Maria Luiza Abaurre e Maria Bernadete Abaurre. Produção de Textointerlocução e gêneros. São Paulo: Editora Moderna, 2007, p. 69. (Adaptado). 
As tendências defendidas por cada período literário estão coerentemente sintetizadas na seguinte alternativa:

A) O surgimento de novos costumes e novos apelos suscitados pela Revolução Industrial e suas demandas acentuou o interesse do Realismo pela vida do ‘indivíduo’.

B) O interesse por considerar os espaços brasileiros de uma forma grandiosa e majestosa esteve presente entre os românticos, como em José de Alencar.

C) No Simbolismo, pode-se identificar uma forte aproximação entre literatura e ciência. Assim, se justifica que os poetas simbolistas olhassem a realidade sob o prisma do determinismo.

D) As descobertas da ciência e as revoluções vividas no começo do século XXI fizeram emergir uma literatura voltada para a perfeição formal, como foi o Parnasianismo.

E) A defesa da Arte pela Arte impulsionou o Modernismo para aderir a uma expressão literária mais próxima da perfeição formal e da fidelidade à vanguarda europeia.

A B C D E

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