Questões de Português para Vestibular

cód. #6875

INEP - Português - 2018 - Exame - Linguagens, Artes, Educação Física, História e Geografia - Ensino Fundamental

Escola da mestra Silvina

Minha escola primária...                   

Escola antiga de antiga mestra.      

   Repartida em dois períodos               

para a mesma meninada,              

 Das 8 às 11, da 1 às 4.                    

Nem recreio, nem exames.            

Nem notas, nem férias.                  

   Sem cânticos, sem merenda...         

Digo mal – sempre havia               

distribuídos                                    

alguns bolos de palmatória...        

A granel?                                      

Não, que a mestra                        

        era boa, velha, cansada, aposentada.

Tinha já ensinado a uma geração

antes da minha.                            

CORALINA, C. Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 1993.

Na reconstrução, pela memória, do ambiente escolar e de sua professora, o eu lírico recorre a elementos que expõem uma visão

A) irônica em relação às antigas práticas pedagógicas.

B) magoada pela infância de escassez e de maus tratos.

C) nostálgica em função da percepção do envelhecimento.

D) questionadora acerca do perfil atual da escola e do aluno.

A B C D E

cód. #7131

COPESE - UFT - Português - 2018 - Vestibular - Primeiro Semestre - Língua Portuguesa, Inglês e Matemática

Opinião não é argumento
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que a Filosofia opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos alunos se queixa, para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o professor a desistir de ensinar Filosofia da Religião.
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, nesse caso, poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua crença se estiver disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o estudante e o diretor estão reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso implicaria precisamente a necessidade de pôr as evidencias à prova.
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à sua crença, como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da Ética, Teoria da Ação e Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito moral de acreditar no que quiser, mesmo em crenças falsas.
Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o dever de não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica ou que lhe falta apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum de pensar sobre o direito de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a democracia.
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço das razões – argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua crença na arena pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para dissuadi-lo. O pior acontece quando crenças se materializam em opinião, e são usadas como substitutas de argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas crenças” se transforma em “Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna.
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como “passar debaixo de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo “direito evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, deixar de acreditar no que ela própria pensa ser evidência, como no caso do famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...]

Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64 (fragmento adaptado). 
Quanto aos aspectos gramaticais, negritados no texto, analise as afirmativas.

I. Em: “ilógica”, ocorre derivação prefixal, ou seja, à palavra lógica acrescentou-se o prefixo “i-”, indicando negação.
II. Em: “certamente”, o sufixo adverbial “-mente” é acrescentado à forma feminina do adjetivo, para exprimir circunstância de modo.
III. Em: “direito evidencial”, o elemento “evidencial” formou-se por derivação sufixal, resultando em um adjetivo.
IV. Em: “persuasão”, o sufixo “-ão” indica a noção de aumentativo.

Assinale a alternativa CORRETA.

A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

B) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.


C) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.

D) Todas as afirmativas estão corretas.

A B C D E

cód. #9435

UDESC - Português - 2018 - Vestibular - Matemática \ Biologia \ Inglês \ Português - manhã

O Texto 4 faz parte da obra Crônicas para Jovens, Marina Colasanti. Analise as proposições sobre o gênero textual crônica, e assinale (V) para verdadeira e (F) para a falsa.
( ) Pertence somente ao jornalismo opinativo e tem sempre como motivo as notícias do cotidiano ou mesmo um tema muito comentado ou polêmico nos jornais. ( ) Caracteriza-se pela sucessividade dos episódios e a simultaneidade de conflitos. ( ) É a representação de um fato com o objetivo de sensibilizar o espectador e provocar a emoção, o riso e a piedade. ( ) É o relato de fatos do cotidiano, pois está diretamente ligada ao radical grego crono, que significa tempo. ( ) Consiste em uma atividade literária em prosa e tem, entre outros, o objetivo de entretenimento do leitor. Registra os fatos em uma linguagem despretensiosa, que se aproxima da vida cotidiana.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.

A) V -F -F -V -V

B) F - F - F - V - V

C) V - F - F - F - V

D) V - F - V - V - F

E) F - F - V - V - F

A B C D E

cód. #7132

COPESE - UFT - Português - 2018 - Vestibular - Primeiro Semestre - Língua Portuguesa, Inglês e Matemática

Opinião não é argumento
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que a Filosofia opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos alunos se queixa, para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o professor a desistir de ensinar Filosofia da Religião.
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, nesse caso, poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua crença se estiver disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o estudante e o diretor estão reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso implicaria precisamente a necessidade de pôr as evidencias à prova.
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à sua crença, como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da Ética, Teoria da Ação e Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito moral de acreditar no que quiser, mesmo em crenças falsas.
Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o dever de não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica ou que lhe falta apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum de pensar sobre o direito de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a democracia.
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço das razões – argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua crença na arena pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para dissuadi-lo. O pior acontece quando crenças se materializam em opinião, e são usadas como substitutas de argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas crenças” se transforma em “Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna.
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como “passar debaixo de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo “direito evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, deixar de acreditar no que ela própria pensa ser evidência, como no caso do famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...]

Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64 (fragmento adaptado). 
Quanto ao encadeamento das ideias, contidas nos parágrafos do texto, assinale a alternativa INCORRETA.

A) No 1° parágrafo, desenvolvem-se as ideias por meio de declaração inicial e de apresentação da situação problema.

B) No 3° parágrafo, desenvolvem-se as ideias com a apresentação de argumento de autoridade.

C) Nos 2° e 3° parágrafos, desenvolvem-se as ideias por meio de alusão histórica.

D) Nos 6° e 7° parágrafos, desenvolvem-se as ideias a partir de apresentações de conceitos.

A B C D E

cód. #9436

UDESC - Português - 2018 - Vestibular - Matemática \ Biologia \ Inglês \ Português - manhã

Assinale a alternativa incorreta em relação à crônica De Mavioso Encanto, Marina Colasanti, e ao Texto 4.

A) A palavra destacada em “Eu vi um beiia-flor” (linha 1) é, na morfologia, substantivo composto por verbo e substantivo e, quando pluralizado, os dois elementos vão para o plura

B) No período “Vieram ver o terraço, mediram tudo, controlaram os ventos, aspiraram as flores” (linha 21) há orações com sujeito indeterminado por apresentarem o verbo na 3a pessoa do plural, sem antecedente expresso.

C) As locuções verbais “tinha visto” (linha 11) e “havia estado” (linha 22) podem ser substituídas pelas formas verbais vira e estivera, respectivamente, sem prejuízo do entendimento do texto.

D) No período “Mas me amavam e acreditavam em mim” (linha 9) os pronomes destacados são, sintaticamente, na sequência, objeto direto e objeto indireto.

E) Na estrutura “Um beija-flor de verdade em 1972, um beija flor vivo numa cidade” (linhas 7 e 8) as palavras destacadas reforçam a ideia de incredulidade da existência de um beija-flor nesta época, (1972) na cidade de São Paulo.

A B C D E

cód. #7133

COPESE - UFT - Português - 2018 - Vestibular - Primeiro Semestre - Língua Portuguesa, Inglês e Matemática

Opinião não é argumento
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que a Filosofia opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos alunos se queixa, para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o professor a desistir de ensinar Filosofia da Religião.
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, nesse caso, poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua crença se estiver disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o estudante e o diretor estão reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso implicaria precisamente a necessidade de pôr as evidencias à prova.
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à sua crença, como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da Ética, Teoria da Ação e Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito moral de acreditar no que quiser, mesmo em crenças falsas.
Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o dever de não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica ou que lhe falta apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum de pensar sobre o direito de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a democracia.
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço das razões – argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua crença na arena pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para dissuadi-lo. O pior acontece quando crenças se materializam em opinião, e são usadas como substitutas de argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas crenças” se transforma em “Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna.
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como “passar debaixo de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo “direito evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, deixar de acreditar no que ela própria pensa ser evidência, como no caso do famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...]

Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64 (fragmento adaptado). 
Quanto à utilização de indicativos de crase, analise as afirmativas.

I. Em: “[...] à maneira que a filosofia opera há séculos” (1º parágrafo), a crase é de uso facultativo, pois “a maneira” indica locução verbal.
II. Em: “[...] argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus” (1º parágrafo), a crase é facultativa, pois há contração da preposição “a” com o artigo feminino “a”.
III. Em: “O direito à crença” (2º parágrafo), a crase é obrigatória, devido à contração da preposição “a” com o artigo feminino “a”.

Assinale a alternativa CORRETA.

A) Apenas a afirmativa I está correta.

B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

C) Apenas a afirmativa III está correta.

D) Todas as afirmativas estão corretas.

A B C D E

cód. #8157

IF-RS - Português - 2018 - Vestibular

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere o texto abaixo.


Disponível em: <http://www.r vista ducacao.com.br/um-pr mio-para-todos-qu -alfab tizam/>. acesso em: 16 mar. 2018.

Assinale a alternativa em que a afirmação NÃO condiz com o texto.

A) A professora Magda Soares vem conseguindo êxitos ao longo de toda sua carreira.

B) O advérbio “certamente ”, que abre o segundo parágrafo, é uma menção que o autor do texto faz ao que deve ter sido levado em consideração pelo júri para justificar a premiação.

C) Com 85 anos de carreira, essa foi a primeira vez que a professora Magda Soares conquista o cobiçado Prêmio Jabuti.

D) Um dos principais motivos da evasão escolar é a dificuldade do letramento.

E) Não há consenso no Brasil entre o método que deveria ser utilizado para a alfabetização, e essa briga já ocorre há mais de um século.

A B C D E

cód. #9437

UDESC - Português - 2018 - Vestibular - Matemática \ Biologia \ Inglês \ Português - manhã

Analise as proposições em relação à crônica De Mavioso Encanto, Marina Colasanti, ao Texto 4, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) Da leitura do período “Mas me amavam e acreditaram em mim” (linha 9), infere-se que os familiares, mesmo surpresos e duvidosos com a notícia, deixaram que o amor fosse mais forte que a dúvida. ( ) Em “Mas me amavam” (linha 9) e “Beijou-me na testa” (linha 12), quanto à colocação pronominal, têm-se próclise e ênclise, sequencialmente, porém, na segunda oração, o pronome pode estar também proclítico e, mesmo assim, mantém-se a língua culta e a correção gramatical. ( ) No período “Minha filha pediu que o descrevesse, pediu que o desenhasse e que o pintasse com todas as cores” (linhas 9 e 10) as palavras destacadas são, sequencialmente, na morfossintaxe, pronome pessoal/ objeto direto; pronome pessoal/objeto direto; pronome pessoal/objeto direto e artigo definido/adjunto adnominal. ( ) A estrutura “Sei que era um beija-flor feito os de antigamente” (linha 19) revela que o beija-flor, devido ao avanço da civilização, sofreu mutações e portanto diferente do beija flor conhecido em outra época. ( ) O verbo aspirar em “aspiraram as flores” (linha 21), quanto à regência, classifica-se como transitivo direto e o vocábulo flores, sintaticamente, é objeto direto. Substituindo-se o objeto direto pelo pronome pessoal oblíquo tem-se: aspiraram-nas.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.

A) F -F -F -V -V

B) V -V -F -V -F

C) F -F -V -V -V

D) V -F -F -F -V

E) V -F -V -F -V

A B C D E

cód. #7134

COPESE - UFT - Português - 2018 - Vestibular - Primeiro Semestre - Língua Portuguesa, Inglês e Matemática

Opinião não é argumento
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que a Filosofia opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos alunos se queixa, para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o professor a desistir de ensinar Filosofia da Religião.
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, nesse caso, poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua crença se estiver disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o estudante e o diretor estão reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso implicaria precisamente a necessidade de pôr as evidencias à prova.
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à sua crença, como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da Ética, Teoria da Ação e Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito moral de acreditar no que quiser, mesmo em crenças falsas.
Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o dever de não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica ou que lhe falta apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum de pensar sobre o direito de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a democracia.
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço das razões – argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua crença na arena pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para dissuadi-lo. O pior acontece quando crenças se materializam em opinião, e são usadas como substitutas de argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas crenças” se transforma em “Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna.
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como “passar debaixo de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo “direito evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, deixar de acreditar no que ela própria pensa ser evidência, como no caso do famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...]

Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64 (fragmento adaptado). 
Assinale a alternativa CORRETA, quanto à definição de “fato”, de acordo com o texto.

A) É algo cuja existência pode ser averiguada pela observação ou pela consulta a uma fonte confiável.

B) É um direito evidencial, como acreditar em bruxas.

C) É uma opinião que não necessita de argumentação, por se tratar de um direito moral.

D) É de foro íntimo, entendido como verdade individual, sem a necessidade de comprovação científica.

A B C D E

cód. #8158

IF-RS - Português - 2018 - Vestibular

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere o texto abaixo.


Disponível em: <http://www.r vista ducacao.com.br/um-pr mio-para-todos-qu -alfab tizam/>. acesso em: 16 mar. 2018.

Observe as seguintes afirmações.

I - “Emérita”, “árido”, “últimas”, “sinônimo”, “métodos”, “fônicos”, “analíticos” “sintéticos” são palavras acentuadas graficamente pela mesma regra. II - Se a palavra “tema” (l. 05) fosse substituída por “matéria”, o “ao” (l. 04) deveria ser substituído por “à”. III - A expressão “acerca de ” (l. 14) pode ser substituída por “sobre” sem nenhuma perda do sentido original do período.

Quais stão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas I e II.

C) Apenas I e III.

D) Apenas II e III.

E) I, II e III.

A B C D E

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