Questões de Sociologia para Vestibular

cód. #6137

UECE-CEV - Sociologia - 2019 - Vestibular -Filosofia e Sociologia

O conceito de “gênero” nas Ciências Sociais é tratado não como uma característica natural biológica inerente a todos os seres humanos, mas como algo que se constrói em meio a processos psicológicos, socioculturais e históricos. Parte dos cientistas sociais demonstram que o conceito de “gênero” é cultural e pode ser diferenciado do conceito biológico de “sexo” (macho/fêmea), pois este último seria definido a partir dos diferentes caracteres genéticos e anatômicos do corpo humano. O “gênero” diferente do “sexo” seria, assim, uma categoria sociocultural e não natural já que depende de cada cultura a definição dos comportamentos e maneiras de ser que diferenciam o “masculino” do “feminino”. Contudo, Giddens e Sutton (2016) apontam que para alguns cientistas sociais tanto o “gênero” como o “sexo” são concepções construídas socialmente e culturalmente, uma vez que o corpo está sujeito a intervenções que o influenciam e o alteram.
GIDDENS, Anthony e SUTTON, Philip W. Conceitos essenciais da Sociologia. 1ª ed. São Paulo: Editora Unesp, 2016.
Considerando essa compreensão das Ciências Sociais sobre os conceitos de “gênero” e de “sexo”, assinale a afirmação verdadeira.

A) Para as Ciências Sociais, a forma como a cultura e as questões psicológicas agem em cada pessoa formam e informam a identidade de gênero do indivíduo.

B) Para todos os cientistas sociais, os conceitos de “gênero” e de “sexo” são distintos, pois o primeiro é definido por cada cultura e o segundo pela natureza.

C) Para as Ciências Sociais, as diferentes características anatômicas e fisiológicas entre os sexos formam o principal critério de definição de “gênero”.

D) Para todos os cientistas sociais, as cirurgias para mudança de sexo indicam que tanto os conceitos de “gênero” e de “sexo” são moldados pela cultura.

A B C D E

cód. #6138

UECE-CEV - Sociologia - 2019 - Vestibular -Filosofia e Sociologia

Atente para o seguinte excerto a respeito das crises econômicas globalizadas dos últimos anos: “Nessa segunda década do século XXI, [...], praticamente não se fala em globalização. Apesar da constatação de que, de fato, vivemos em um mundo globalizado, principalmente em função da rede mundial de comunicações comandada pela Internet, esse termo não aparece com frequência nos noticiários. Pelo contrário, desde 2008 a economia mundial entrou em mais uma crise, de grandes proporções – e, desde então, somente se fala sobre isso, ou seja, sobre a crise e seus efeitos, como por exemplo, a queda na produção industrial e o aumento do desemprego, principalmente nos países mais pobres. De acordo com dados apurados pela instituição financeira Credit Suisse, em seu Informe sobre a Riqueza Global, 1% da população mundial (ou seja, os habitantes que têm bens patrimoniais avaliados em cerca de 760,000 dólares), possuem tanto dinheiro quanto os demais 99% do planeta. Essa diferença enorme só faz aumentar desde 2008, a ponto de a Credit Suisse concluir que, se a crise for interrompida, os ricos sairão dela mais ricos, ‘tanto em termos absolutos como relativos, e os pobres, relativamente mais pobres’”.
OLIVEIRA, L. F. de e COSTA, R. C. R. Sociologia para Jovens do Século XXI. 4ª ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016. Adaptado.
Partindo desse entendimento de Oliveira e Costa, no que diz respeito às crises econômicas globalizadas dos últimos anos, é correto dizer que

A) com a rede mundial de computadores, a globalização deu lugar a uma economia que é centralizada e se encontra em crises constantes.

B) as crises econômicas globais e suas consequências socioeconômicas tomaram conta das discussões mundiais e pouco se pensa hoje a globalização.

C) a globalização deste início de século é caracterizada pela industrialização dos países pobres e pelo aumento dos empregos nesses países.

D) as crises da economia mundial produzem menos riqueza concentrada e menos pobreza pelos países da periferia capitalista.

A B C D E

cód. #6139

UECE-CEV - Sociologia - 2019 - Vestibular -Filosofia e Sociologia

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra sobre a fragilidade dos vínculos humanos nas sociedades contemporâneas, usa expressões como “modernidade líquida” e “amor líquido”. Nessa perspectiva, estaríamos vivendo um momento sociocultural e histórico de maior individualização, onde as pessoas buscam mais liberdade individual e estão menos desejosas de procurar a segurança proporcionada pelos vínculos familiares, dos grupos comunitários, das classes sociais, dos relacionamentos amorosos duradouros. A necessidade de pertencimento a grupos religiosos e o cultivo das tradições, como o casamento monogâmico, por exemplo, estariam se liquefazendo diante da imperiosa vontade desse novo indivíduo sem vínculos sólidos e orientado pela fluidez constante das instituições e relações humanas.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. ______. Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
Partindo da perspectiva de Bauman sobre a “modernidade líquida” e o “amor líquido, é correto afirmar que

A) modernidade líquida aponta para a descrição e explicação das sociedades que estão fundadas no fortalecimento de instituições como a família e a classe.

B) vínculos sociais fixados por comunidades religiosas produzem um indivíduo adepto de relacionamentos abertos e sem compromissos longos.

C) amor líquido é uma metáfora que retrata relacionamentos afetivo-sexuais embasados no descompromisso de vínculos fixos entre parceiros.

D) relações líquidas constituem novos comportamentos sociais voltados para a interdependência das pessoas envolvidas em lutas comunitárias.

A B C D E

cód. #7186

INEP - Sociologia - 2018 - Exame - Linguagens e Ciências Humanas - Ensino Médio - PPL

A abordagem humanista da antropologia afirma que o comportamento religioso é produto da cultura e da natureza humana e não a manifestação de algo sobrenatural. GUTHRIE, S. E. Teorias antropológicas da religião. Disponível em: http://criticanarede.com. Acesso em: 20 ago. 2013 (adaptado).
Os escritos de diferentes religiões, conforme o texto, devem ser compreendidos como

A) explicações racionais que emergem em contextos sociais controlados.

B) criações simbólicas que resultam de características naturais do homem.

C) expressões abstratas que permitem a dominação por líderes carismáticos.

D) manifestações de divindades que ditam os preceitos para a vida em sociedade.

A B C D E

cód. #7187

INEP - Sociologia - 2018 - Exame - Linguagens e Ciências Humanas - Ensino Médio - PPL


Se considerarmos valores culturais relacionados à melhoria da qualidade de vida nas cidades, veremos que o logotipo na Figura 1 e o anúncio na Figura 2 apresentam diferentes pontos de vista, pois ao

A) defender o uso de bicicletas, a Figura 1 aponta para um valor cultural individualista que acarretará aumento da poluição.

B) criticar o consumo de automóveis, a Figura 2 revela um valor cultural coletivo que provocará diminuição dos congestionamentos.

C) propor a troca de um carro por uma bicicleta, a Figura 1 representa um valor cultural coletivo de proteção ambiental.

D) promover o uso de automóveis, a Figura 2 reforça um valor cultural individualista de preservação da saúde dos cidadãos.

A B C D E

cód. #7192

INEP - Sociologia - 2018 - Exame - Linguagens e Ciências Humanas - Ensino Médio - PPL

A política social praticada na maioria dos países industrializados visa compensar os efeitos perversos de outras políticas governamentais, implementadas com o propósito de gerar e acumular riquezas. Esses países, normalmente, contam com alguns programas que garantem compensações à perda de renda provocada por diferentes circunstâncias, como velhice, invalidez, viuvez, doença, maternidade, acidentes de trabalho, desemprego, crescimento familiar. Todos os cidadãos têm direito a estas compensações, embora elas alcancem apenas aqueles que foram vítimas de tais contingências. ABRANCHES, S. H. Política social e combate à pobreza. Rio de Janeiro: Zahar, 1989 (adaptado).
Essas compensações se destinam a garantir condições mínimas de subsistência àqueles com menor capacidade de gerar renda suficiente para o seu sustento e condições mínimas de bem-estar. Nesse sentido, podemos entender tais políticas sociais como

A) garantia universal de padrões mínimos de vida.

B) perpetuação de privilégios sociais de alguns cidadãos.

C) redução dos direitos universais dos homens.

D) extensão dos direitos de uma minoria a todas as classes sociais.

A B C D E

cód. #7200

INEP - Sociologia - 2018 - Exame - Linguagens e Ciências Humanas - Ensino Médio - PPL

Em sua esmagadora maioria, as pessoas trabalham a partir de casa, de seus carros, trens e aviões, de seus aeroportos e hotéis, durante as férias e à noite estão sempre disponíveis, enquanto seus bipes e telefones móveis nunca param de tocar. Quanto à vida cotidiana, as pessoas continuam fazendo compras no shopping center depois de verificar opções e preços na internet, ou vice-versa. CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003 (adaptado).
No texto, retrata-se um aspecto do modo de vida das sociedades contemporâneas que é caracterizado pela

A) ampliação do tempo dedicado ao lazer.

B) limitação do alcance de atuação das empresas.

C) restrição dos espaços em que o trabalho é realizado.

D) flexibilização dos locais em que as atividades são desenvolvidas.

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cód. #11043

UNESPAR - Sociologia - 2018 - Vestibular

TEXTO I

Há muitos dedos apontados para Anitta, a cantora brasileira mais famosa da atualidade. Alguns dizem que a jovem de 24 anos é só um produto de marketing[...] Muitas vozes contra Anitta, mas há muito mais gente que diz ou pensa bem o contrário. Ou não dizem nada, e se deixam contagiar por seu ritmo – uma mescla de pop, funk, rap –, imitando seus movimentos sensuais que ressaltam seu traseiro[...] Com ou sem a aprovação de parte do público, sua nova música é um claro retrato da cultura pop atual do Brasil. Anitta apresenta também MC Zaac, um dos principais nomes do funk, um ritmo das regiões periféricas do Rio de Janeiro que teve ascensão meteórica no país. Mulheres que se bronzeiam na laje das casas em comunidades pobres, com biquínis de fita isolante para realçar o bronzeado, é o que mais se vê nas favelas do Rio e em outras periferias pelo Brasil. (OLIVEIRA, A. “A revolução de Anitta é feiminista?”.

EL PAÍS, São Paulo, 27 de dezembro de 2017. Disponível em: https:// brasil.elpais.com/brasil/2017/12/26/cultura/4314644_981497.html. Acessado em: 31/08/2018


TEXTO II

A indústria cultural pode se vangloriar de haver atuado com energia e de ter erigido em princípio a transposição - tantas vezes grosseira - da arte para a esfera do consumo, de haver liberado a diversão de sua ingenuidade mais desagradável e de haver melhorado a confecção de mercadorias. Quanto mais total ela se tornou, quanto mais impiedosamente obriga cada marginal à falência ou a entrar na corporação, tanto mais se fez astuciosa e respeitável. Eis sua glória: haver terminado por sintetizar Beethoven com o Cassino Paris. Seu triunfo é duplo: aquilo que expele para fora de si como verdade pode reproduzir a bel-prazer em si como mentira.

ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Indústria Cultural e Sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2011.


A ascensão da indústria cultural é parte indissociável do desenvolvimento capitalista. Para Adorno e Horkheimer, esta indústria efetiva um novo tipo de dominação que captura a espontaneidade da arte ao transformá-la em matéria-prima de mercadorias culturais. Tendo-se em vista o fenômeno cultural indicado no texto I e as considerações do texto II, observamos que a Indústria Cultural mantém com os marginalizados uma relação de:

A) Cooperação ao promover a troca entre as corporações e a cultura popular;

B) Destruição ao mostrar a cultura popular como nociva à sociedade;

C) Exaltação ao defender a riqueza da cultura popular produzida nas favelas;

D) Ocultação ao ignorar a cultura produzida nas periferias;

E) Transformação ao capturar elementos da cultura popular e recriá-los em novas linguagens.

A B C D E

cód. #7205

INEP - Sociologia - 2018 - Exame - Linguagens e Ciências Humanas - Ensino Médio - PPL

Tornou-se costume desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais. O cidadão pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos. Cidadãos incompletos seriam os que possuíssem apenas alguns direitos. Os que não se beneficiassem de nenhum dos direitos não seriam cidadãos. Se os direitos civis garantem a vida em sociedade, se os direitos políticos garantem a participação no governo da sociedade, os direitos sociais garantem a participação na riqueza coletiva. CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013 (adaptado).
De acordo com o texto, é exemplo de direito social:

A) Igualdade jurídica.

B) Educação pública.

C) Integridade física.

D) Organização partidária.

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cód. #6951

UNICENTRO - Sociologia - 2018 - Vestibular - Sociologia

"As sociedades humanas, com uma notável monotonia, sobrevalorizam a diferenciação biológica, atribuindo aos dois sexos funções diferentes (divididas, separadas e geralmente hierarquizadas) no corpo social como um todo. Elas lhe aplicam uma "gramática": um gênero (um tipo social) "feminino" é culturalmente imposto à fêmea para que se torne uma mulher social, e um gênero "masculino" ao macho, para que se torne um homem social". MATHIEU, Nicole-Claude. Sexo e Gênero. In: HIRATA, Helena et al. (org.) Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: UNESP, 2009, p. 223. Sobre a questão de gênero é correto afirmar que

A) nas ciências sociais, a questão da construção social das diferenças entre os sexos não se constitui um tema de pesquisa, pois se trata de uma questão puramente biológica.

B) a construção da diferença de gênero está diretamente relacionada à manutenção de relações desiguais e hierarquizadas na sociedade, envolvendo a divisão sócio sexual do trabalho, da procriação, do cuidado dos filhos, entre outras.

C) nos estudos sobre gênero, desenvolvidos pelas ciências sociais, não foram aferidas construções hierárquicas a partir das diferenças sexuais.

D) nas ciências sociais, o debate das categorias de gênero e sexo não envolvem a feminização da linguagem e nem as relações hierárquicas estabelecidas entre homens e mulheres.

E) as demandas acerca da legalização da união entre pessoas do mesmo sexo, sob a forma de casamento, não fazem parte das reivindicações de movimentos sociais que questionam a naturalização das diferenças baseadas no sexo.

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